Relações interpessoais

Olá a todos!

Como sabem, mudei-me para a Alemanha há 4 meses. Têm sido meses deveras intensos, como podem perceber pela minha ausência aqui no blog. Estou a viver uma experiência nova, que normalmente é vivenciada por muitos durante a passagem pela Universidade, mas que para mim só chegou agora, partilhar casa com várias pessoas...
Dez pessoas a viver na mesma casa, dez pessoas que nem se conheciam. Criam-se afinidades, mas como é óbvio também existem atritos. No geral estou a gostar da experiência, mas e muitos dias sinto falta da minha casa, das minhas coisas, de não ter objectos de outras pessoas espalhados pela casa, de poder arrumar quando quero e como quero e não com horários estipulados...
A amizade vai crescendo como é normal apenas com uma ou duas pessoas, com as restantes são convívios "forçados" ou mesmo apenas tolerância da sua presença. Tenho falta das pessoas que me conhecem e que sabem o que valho. Não tenho muitos amigos, nem o faço com facilidade. Tento proteger-me e com isso por vezes não me deixo conhecer e afasto as pessoas. Por outro lado aproximei-me de pessoas no início que entretanto se revelaram completamente diferentes, posso dizer até que me senti e ainda me sinto magoada. Outro problema é a minha dificuldade em superar estas "traições"! Dou tudo por tudo pelas pessoas de quem gosto e de quem me considero amigo, mas se me "traem" ou magoam não é fácil para mim perdoar-lhes. Tenho-me sentido mais em baixo ultimamente e sinto falta também do vosso carinho, de vocês que estão aí desse lado a ler estas linhas de escrita atabalhoada e sentimental. Sinto-me carente, por vezes perdida e sozinha...

Mas nem tudo tem sido mau. Cada vez conheço mais portugueses cá, apesar de ser uma cidade muito pequenina. Ambientei-me bem no local de trabalho, gosto do sítio e das pessoas em geral. Tive sorte com a pessoa que nos recebeu cá e que tem sido incansável na tentativa de nos proporcionar o maior conforto possível. As aulas de alemão continuam a correr bem e posso dizer que já desenvolvi bastante desde que cá estou. Tem sido uma experiência rica, nem sempre fácil (por vários motivos, como podem calcular) mas que me faz sentir que estou no caminho certo para a minha realização pessoal. Também nunca ninguém disse que ser emigrante era fácil e foi uma decisão que tomei em consciência. Seguem assuntos por resolver, como o marido continuar em Portugal a trabalhar, o que também não ajuda, mas como diz o Português: "Devagarinho, se vai ao longe!". E eu quero ir longe e vou fazer por isso!

Obrigada por continuarem por aqui!

Beijinhos,
Cat*

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